quarta-feira, 19 de maio de 2010

Hoje em dia a pizza vem congelada, a roupa lava sozinha, o Mc Donalds entrega em casa, e o filme não precisa mais rebobinar. A tecnologia nos deu um mundo novo: mais rápido, mais fácil e antes de mais nada, passageiro. Estranho? Claro que não. Já estamos tão acostumados que mal percebemos a insolidez e instantaniedade das coisas. E não é à toa. E o mais triste: nossos relacionamentos tambem são assim. A minha geração inventou o "ficar" e diferente da minha mãe, eu não preciso namorar pra beijar na boca. Para onde foi o romantismo, o amor verdadeiro, as flores, as declarações? O que aconteceu com o respeito e a confiança? A verdade é que eu cansei dessas competições infames de "quem demora mais pra responder o telefonema", chega desse teatro infantil do "vou fingir que eu não vi". O consumismo nos induz a um estado de insatisfação permanente, que aplaude o digital e o descartável e abomina tudo o que é eterno e trabalhoso. Talvez seja por isso que a idéia de amar assuste tanto: a concepção de um sentimento duradouro e complicado contraria os valores vigentes, tornando-nos confusos e vulneráveis. É fácil conquistar uma menina por uma noite, é fácil ser atraído por um decote, difícil é querer estar com ela o tempo todo, difícil é não ter medo de ser feliz! Eu posso parecer atrasado e até meio cafona, simplesmente não tenho outra opção. Enquanto a internet não disponibiliza uma versão melhor, eu fico com esse meu coração de sempre, que já não acredita em romances express, nem se contenta com amostras grátis de amor.

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