quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Sou composto por urgências: minhas alegrias são intensas, minhas tristezas absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho desequilibrado em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa"
 Clarice Lispector



A personagem da Cameron Diaz em um filme que assisti é uma mulher linda e jogadora, numa das cenas ela se dá conta de que nunca havia se relacionado verdadeiramente com ninguém e que isso a havia feito perder a história de contos de fadas com o mocinho do filme. Filme com todos os esteriótipos possíveis, na cena em questão, ela no meio de uma paquera em um bar decide que já estava na hora de não ser mais babaca (pela dor que ela sentia pela perda do outro) e decide abrir o "seu coração" para um rapazinho que acabara de conhecer.

O que essa cena me diz?

Às vezes a nossa vontade de viver uma história incrível é tamanha que a gente outorga, transfere, atribui a responsabilidade do nosso roteiro a primeira imbecil que aparece dançando como uma macaca. Não sei se isso faz algum sentido, mas às vezes a "nossa hora perfeita" faz com que pessoas erradas pareçam perfeitas também. De repente você se abre permitindo para que o que há de pior no mundo a encontre. Parece pessimista? Talvez sim. Mas é que às vezes a vontade de se apaixonar é tão grande a ponto de que é preciso reunir muita sabedoria para não começar a projetar tudo o que se deseja em cima de qualquer história que simplesmente não mereça. É ter cuidado. Às vezes olho pra minha vida (não sei se é assim também com vcs) com uma fome de "eu acho que eu quero mais" (e mereço). Mais é que tantas vezes já tivemos MAIS em uma hora que ainda não era a nossa. E é como se o tempo tivesse passado (sem nós.) O mundo está cheio de gente eu sei, mas é que de repente o mundo parece inteiro sem graça. Pessoas vem, pessoas vão e o meu mundo continua intacto. Sólido. Firme. E às vezes quando parece que vai ser avassalado por um tufão (e eu vibro com a expectativa de tempestades de vento e chuva) tudo se dissipa como um mormaço de tarde bem seca. Preciso de paixão como preciso de ar. Então respiro. Só rezo a Deus para que ele não faça com que a minha vontade de viver algo que seja extraordinário e muito maior que eu me faça me abrir pra histórias que simplesmente não mereçam. (Acho que só estou confuso) Talvez isso não seja o começo de nada. Talvez seja só uma cena perdida. Mas talvez seja mais...

Um comentário:

  1. O que vc escreveu aqui é a mais pura realidade
    muitas pessoas deveriam ler esse seu texto, ele não faz todo sentido como é uma
    forma de muitas pessoas abrirem os olhos e verem
    q cada coisa acontece ao seu tempo e modo
    sem medo e sem preça a pessoa certa chega na nossa vida e nos completa.
    vlw...
    texto nota 1000...
    parabéns...

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