sexta-feira, 11 de junho de 2010

Eu amo as madrugadas. Mas é que elas me roubam de um jeito e me avassalam com uma introspecção que é difícil saber pra onde vou quando acordo. E um trecho, só um trecho de livro, me faz me perder em mim mesmo por entre redemoinhos, labirintos, galáxias. Coisa de gente maluca. E eu deixo tocar aquela canção, da faixa de sempre, do CD que eu mais ouvi nessa última semana e é estranho. Não tem tristeza aqui. É pensamento. Gosto de ficar em casa sozinho, descalço e sentindo meus pés pelo chão frio. E eu enxergo metáforas por todos os lados. E eu não aprendi a ser paciente. E quando as coisas não são exatamente da forma que eu espero que elas sejam eu to seguindo em frente. Não se encontra nada quando se procura, caça onde ela não existe. Ser constante na busca não é suficiente. Fora de lugar, como pode uma pessoa buscar algo que lhe corresponda? Sem saber exatamente onde se está é possível planejar a direção para onde se quer ir? Sinceramente eu não sei. “Não sei como me defender dessa ternura que cresce escondida e de repente salta para fora de mim, querendo atingir todo mundo. Tão inesperada quanto a vontade de ferir e com o mesmo ímpeto, a mesma densidade. Mas é mais frustrante. Sempre encontro a quem magoar com uma palavra ou um gesto. Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar a mão ou deitar a cabeça no ombro. Sempre o mesmo círculo vicioso: da solidão nasce a ternura, da ternura frustrada a agressão, e da agressividade torna a surgir a solidão. Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim..."

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