.. e ela mostrou-lhe uma pessoa radiante, com lábios trêmulos, sorridentes, grandes olhos escuros e um ar de quem está a espera de que alguma coisa... divina aconteça. Ela sabia que iria acontecer infalivelmente.
Mas o trecho do livro que deveria servir de prenúncio só confirmou em reflexo que era mesmo solidão o que existia dentro dela... E ela esperou que ele viesse a seu encontro, mas só pra descobrir que esperou mais e de novo. E a mesma frustração veio de uma expectativa que criou sozinha e para si. “Furacões”, ela pensou, “preciso conter furacões”. Quis ampará-la. Quis abraçá-la para conter o seu choro, quis contar uma história. Mas é que algumas coisas a gente aprende mesmo sozinho. Nem é culpa do outro, que não precisava sentir o mesmo que a gente. Quis dizer a ela que as coisas têm seu tempo e que deveria ter calma, mas os precipícios que existiam dentro dela o levaram para sempre e para longe em silêncio. Porque o que ela queria do mundo era algo divino, algo infalivelmente divino. Não a memória distante do que havia sido incrível... um dia.
*
Porque no fundo tudo o que ela ardia era o que aquela tela de computador em silêncio lembrava:
“Apesar de todas as paredes que você construiu continuo aqui, você não precisa contar só com si mesma”.
Mas ela estava... Ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário