quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"A tua solidão é tão 
vasta quanto a minha. Confessa.
 
Tuas noites são povoadas por saudades. 
E memórias.
 
Tu também olhas pela janela 
nas altas madrugadas 
desejando um amor. Em segredo.
 
Tu também te perdes, caminhos errados
pessoas estranhas – 
o santo não bate, lembra?
 
Ninguém desconfia das tuas angústias. 
Nem mesmo eu.
 
E então, com meia dúzia de 
palavras bonitas, mas difíceis, 
tu te desnudas. Sem querer?
 
Não te imagino intencional. 
És um aviãozinho de papel a vagar 
pelos ventos sem rumo.
Engana-te se achas que é 
possível ser terrivelmente 
feliz nestes esconderijos.
Abre-te para os encantos.  
É lá que moram os olhares encontrados,
a pele arrepiada,o pé que encosta 
no outro sem aviso. As mãos dadas.

Tu me encantas. Longe, perto, sem saber...

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