"Foi então que eu descobri. Ela está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazia ou continuar embaixo do edredon lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito. A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?"
domingo, 28 de agosto de 2011
Você disse que me ama
Pensa que engana o meu pobre coração
Tá saindo com um banana
Com saudade da minha cama
Esperando o meu perdão
Pensa que engana o meu pobre coração
Tá saindo com um banana
Com saudade da minha cama
Esperando o meu perdão
Fica dizendo que me quer
Mas prefere um mané enganando você
Por isso eu não...
Trocaria um sorvete de flocos por você
Você ficava só de meia
Eu te chamava de sereia
Parecia tão legal
Um casal apaixonado
Fica mesmo transtornado
É uma coisa tão normal
Eu tirava sua blusa
Você minha bermuda e falava de amor
Me chamava de canalha
Destruía minha guitarra e dizia acabou
Mas prefere um mané enganando você
Por isso eu não...
Trocaria um sorvete de flocos por você
Você ficava só de meia
Eu te chamava de sereia
Parecia tão legal
Um casal apaixonado
Fica mesmo transtornado
É uma coisa tão normal
Eu tirava sua blusa
Você minha bermuda e falava de amor
Me chamava de canalha
Destruía minha guitarra e dizia acabou
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Porque vivo olhando aqui e ali, nos ninhos, nos caramujos, nas panelas, nas folhas de bananeira, nas gretas do muro, nos espaços vazios. Até agora não encontrei nada. Ou, encontrei coisas que não eram a coisa procurada sem saber, e desejada. Me disseram que não tenho mesmo jeito, porque não sinto o prazer dos outros na água do açude, na comida, na manja, e procuro inventar um prazer que ninguém sentiu ainda. Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.
Um dia descubro. Vai ser fácil, existente, de pegar na mão e sentir. Não sei o que é. Não imagino forma, cor, tamanho. Nesse dia vou rir de todos. Ou não. A coisa que me espera, não poderei mostrar a ninguém. Há de ser invisível para todo mundo, menos para mim, que de tanto procurar fiquei com merecimento de achar e direito de esconder...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
As vezes seguir o coração é escutar quando ele diz que chega. Quando ele mostra todo dia que está cansado de ser maltratado e que aquilo que oferecem a ele é pouco e ele merece mais... Escutar o coração não é deixar que pisem na gente. Escutar o coração é se encher de esperança mesmo quando tudo parece que vai contra a gente, e é também ter forças para matar um amor quando parece que a gente mata junto tanta coisa bonita dentro da gente. Se eu resolvesse resolver, seria tudo mais simples. Por onde é que a gente começa as coisas hein? Se não for pelo princípio? Acho que essa reflexão serve pra tanta coisa na vida.... Nosso tempo nunca vai sobrar pra coisa alguma. É sempre a gente que prioriza o que é mais importante aqui e ali e oferece pacificamente entregar a isso todos os nossos minutos. Não existe isso de "estou sem tempo". Temos tempo todos os minutos, todos os dias para o que quer que seja. Temos tempo para aquilo que a gente prioriza. A verdade é bem essa. Damos o nosso tempo àquilo que nos importa mais. E, se por algum motivo estúpido, não estivermos fazendo isso, estamos desperdiçando é a vida.
... nós não temos chances infinitas de conseguir o que queremos. E disso eu sei... nada é pior do que perder uma oportunidade que poderia ter mudado sua vida."
Dizer que este dia pode ser o nosso último é o óbvio. Ele pode. E, se fosse, será que a gente teria vivido nossas últimas semanas exatamente da mesma mesma maneira? Teríamos dedicado nosso tempo às mesmas coisas? Realizado nossos horários de almoços, nossas cestas, nossas noites, madrugadas... da mesma forma? Sou muito exigente comigo às vezes. E morro de medo. Medo de coisas estúpidas. Medo de arrumar cada peça no lugar no meu armário e descobrir que nem tenho tanta coisa. Ou que tenho muito mais do que eu pensava.
É uma situação típica, em uma época típica... São muitas escolhas...
O texto talvez não faça muito sentido, mas é que eu tenho enxergado metáfora em tudo. As escolhas são muitas. Mas o que a gente não pode fazer é deixar que elas nos paralisem a vida... ou tudo resultará em nada... Fazer isso é respeitar o ciclo da vida. É ar-rejar, dar espaço pro novo, deixar o rio correr... Uma vida parada é como uma poça parada. Um bom lugar para moscas e podridão. Pode não ser legal ouvir isso. Ou olhar pra isso. Assim. Desse jeito. Mas não tem outro jeito de dizer.
E era pra ser texto, virou poema, ou nostalgia. E a manhã tinha gosto de fruta, mas com jeito de fim de semana, com edredon, tapete, almofada, sofá, jardim e cinema. Acordei com nostalgia, com vontade de movimento, de descaminho, de beijo na boca, de sentimentos bons, de gargalhadas boas... com vontade de simplesmente ser... de simplesmente deixar acontecer... feliz. É que às vezes a gente projeta tanto e espera tanto que nem vive nada direito. E isso parece uma bobagem tão grande. Porque se a gente fica esperando a certeza da felicidade derradeira e definitiva, aquela, última, transcendental, esplendorosa, com promessa de infinita, acho que deixa de perceber que estar feliz é um estado que se constrói com as pequenas felicidades todas, bem devagar, e todo dia, que nos acalantam num estado bem assim.
Você me atingiu com um milhão de volts, me acertou como um raio... Seu amor me atingiu bem por entre os olhos...]
(Sou bobo. Estou bobo.) Hoje eu vou é colocar é pra secar nesse sol todos os meus receios e medos. Vou levar pra passear meus devaneios, e vou deixar que se percam sem rumo aqueles que não trouxerem pra mim a impetuosidade que me permitirá meus desatinos... Acordei com vontade de simplesmente ser e de deixar acontecer... feliz.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
E então eu orei e rezei e pedi e não veio.
E praguejei como pragueja um menino mimado e equivocado que sempre esperava receber tudo na mão. E pedi calma. E ganhei calma. E esperei. Deus nem sempre responde nossas orações com "sim" ou "não"... Às vezes é mais um "Calma aí!"... Acontece hoje, a gente só entende amanhã. Às vezes não é do jeito que a gente espera, na hora que a gente espera e a gente emburra como criança que pediu pra mãe um brinquedo e não veio. Mas o que é ter fé? Não é acreditar, ter esperança, convicção de que um dia as coisas virão? Conformista é cruzar os braços e não fazer mais nada. Ter fé é rezar, orar, pedir para que a chuva venha, acreditar que ela virá, e sair arando os campos antes do seu advento. Ter fé é buscar no divino a força que a gente precisa para continuar caminhando até que conseguir chegar LÁ. É isso. Peça, acredite, reze, ore pela chuva, mas ARE OS CAMPOS. A chuva virá quando eles estiverem prontos. [Eu sei. Eu creio. Eu peço. Eu oro. E Deus me diz pra eu esperar (e para arar os campos) porque a chuva sempre vem.]
Um dia uma folha me bateu nos cílios...
achei Deus de uma grande delicadeza.
E por cada benção, cada graça, já alcançada e recebida, eu só queria, do meu jeito parco e humanamente bobo, profundamente agradecer... Às vezes a gente pede, recebe e depois fica todo cheio é de medos. É estranho. E se assusta e se fecha em torno de si mesmo como se fosse uma conchinha, um caramujo. Se fecha, se protegendo de algo que era pra ser um bálsamo e não motivo de receio.
Fiz minhas pazes com Deus. O curioso é que quando falo sobre Deus pra qualquer pessoa que já tenha estudado um pouquinho, ela me olha de canto de olho como se eu fosse uma retardado ou qualquer coisa parecida. Hoje tenho mais certeza de que em qualquer outro dia da minha vida... eu não estou sozinho neste mundo. Faço menção a uma energia boa em que acredito, uma bondade, uma presença, que me olha lá de cima, me cuida e me dá a consciência de que sou parte de algo que é muito, muito maior do que eu.Ha muito tempo eu não conseguia ter em mim uma relação com a divindade que fosse de verdade tão tranquila. Ainda bem que existem alguns anjinhos que vão acendendo velas pelo nosso caminho enquanto por ele a gente passa. Eu continuo perdido e continuo me sentindo um menino às vezes. Eu sei que não tem graça brincar de ser menino quando há muito já se é um homem... Mas faz parte de "ser grande" reconhecer que "se é pequeno". Por todas as coisas, agradeço ao universo e a essa Força que nos guia. Agora e para sempre, amém. Meus textos aqui andam meio confusos... acho que porque eu estou meio confuso.
achei Deus de uma grande delicadeza.
E por cada benção, cada graça, já alcançada e recebida, eu só queria, do meu jeito parco e humanamente bobo, profundamente agradecer... Às vezes a gente pede, recebe e depois fica todo cheio é de medos. É estranho. E se assusta e se fecha em torno de si mesmo como se fosse uma conchinha, um caramujo. Se fecha, se protegendo de algo que era pra ser um bálsamo e não motivo de receio.
Fiz minhas pazes com Deus. O curioso é que quando falo sobre Deus pra qualquer pessoa que já tenha estudado um pouquinho, ela me olha de canto de olho como se eu fosse uma retardado ou qualquer coisa parecida. Hoje tenho mais certeza de que em qualquer outro dia da minha vida... eu não estou sozinho neste mundo. Faço menção a uma energia boa em que acredito, uma bondade, uma presença, que me olha lá de cima, me cuida e me dá a consciência de que sou parte de algo que é muito, muito maior do que eu.Ha muito tempo eu não conseguia ter em mim uma relação com a divindade que fosse de verdade tão tranquila. Ainda bem que existem alguns anjinhos que vão acendendo velas pelo nosso caminho enquanto por ele a gente passa. Eu continuo perdido e continuo me sentindo um menino às vezes. Eu sei que não tem graça brincar de ser menino quando há muito já se é um homem... Mas faz parte de "ser grande" reconhecer que "se é pequeno". Por todas as coisas, agradeço ao universo e a essa Força que nos guia. Agora e para sempre, amém. Meus textos aqui andam meio confusos... acho que porque eu estou meio confuso.
Não tenho a anatomia de uma garça para receber em mim os perfumes do azul. Mas eu recebo. É uma benção. Às vezes se tenho uma tristeza, as andorinhas me namoram mais de perto. Fico enamorado. É uma benção. Logo dou aos caracóis ornamentos de ouro para que se tornem peregrinos do chão. Eles se tornam. É uma benção. Até que alguém já chegou de me ver passar A mão nos cabelos de Deus!
Eu só queria agradecer..
Eu hoje tive um pesadelo
e levantei atento a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho
e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo,
era uma coisa sua que ficou em mim,
que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo,
era uma coisa sua que ficou em mim,
que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites. A rejeição é um processo de ver-se. Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança. O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fôsse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.
Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades, você saberá o quanto é amado!
Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz!
Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades, você saberá o quanto é amado!
Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz!
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Talvez a verdadeira intimidade eu só tenha buscado com as palavras, e tenha me entupido delas no momento em que poderia estar aprendendo alguma coisa com alguém. (Faço um muro de palavras entre mime as pessoas. Sou autoexplicativo só pra confundir.)
Talvez eu tenha nascido para uma vida desapaixonada e culta. Talvez eu nunca tenha olhado verdadeiramente o outro, e só tenha visto o texto pronto que criei pra ele. Talvez eu não conheça o que julgava conhecer. E isso me entupiu de certezas que eu não soube abandonar ao longo do caminho. Uso palavras para não sofrer, para plagiar uma dor, pra fingir que sou leve e que está tudo bem. Uso palavras pra falar de uma chuva que talvez eu não conheça porque não me permiti ficar encharcado dela. E ela virou a metáfora de um relacionamento o que pode ser tristemente poético. Talvez eu só tenha sentido saudade pra falar de outras coisas. Pra usar a palavra "saudade" mesmo. Acho que estou muito cansado. Falei demais das coisas e , no entanto, não toquei verdadeiramente em nada. Observei e descrevi, cheio de filtros semânticos. Dentro da minha limitação eu interpretei o Universo para que eu coubesse nele. E alienei as pessoas dentro de conceitos. E arranjei um sentimento pra cada coisa. E pensei que assim, tudo estaria em ordem, sob controle. Eu que me julgava não julgador, me considerava livre, agora tendo que empurrar as grades dessa prisão de certezas que criei pra mim. Sem poder culpar ninguém. Usando um discurso de alguém que não quer magoar o outro pra descobrir que no fundo só me importei comigo mesmo e com os meus medos. Não deixei que o outro experimentasse o que havia de melhor ou de pior em mim. Não deixei que ela escolhesse. Mantive o muro de palavras e o meu discurso pronto pra continuar a salvo do outro lado. Eu que sempre falei de pontes... Talvez eu seja uma farsa. Talvez eu seja virtualmente inacessível. Alguém que se entope de adjetivos pra entender as coisas e dizer que não se preocupa em entender nada.
Talvez eu tenha nascido para uma vida desapaixonada e culta. Talvez eu nunca tenha olhado verdadeiramente o outro, e só tenha visto o texto pronto que criei pra ele. Talvez eu não conheça o que julgava conhecer. E isso me entupiu de certezas que eu não soube abandonar ao longo do caminho. Uso palavras para não sofrer, para plagiar uma dor, pra fingir que sou leve e que está tudo bem. Uso palavras pra falar de uma chuva que talvez eu não conheça porque não me permiti ficar encharcado dela. E ela virou a metáfora de um relacionamento o que pode ser tristemente poético. Talvez eu só tenha sentido saudade pra falar de outras coisas. Pra usar a palavra "saudade" mesmo. Acho que estou muito cansado. Falei demais das coisas e , no entanto, não toquei verdadeiramente em nada. Observei e descrevi, cheio de filtros semânticos. Dentro da minha limitação eu interpretei o Universo para que eu coubesse nele. E alienei as pessoas dentro de conceitos. E arranjei um sentimento pra cada coisa. E pensei que assim, tudo estaria em ordem, sob controle. Eu que me julgava não julgador, me considerava livre, agora tendo que empurrar as grades dessa prisão de certezas que criei pra mim. Sem poder culpar ninguém. Usando um discurso de alguém que não quer magoar o outro pra descobrir que no fundo só me importei comigo mesmo e com os meus medos. Não deixei que o outro experimentasse o que havia de melhor ou de pior em mim. Não deixei que ela escolhesse. Mantive o muro de palavras e o meu discurso pronto pra continuar a salvo do outro lado. Eu que sempre falei de pontes... Talvez eu seja uma farsa. Talvez eu seja virtualmente inacessível. Alguém que se entope de adjetivos pra entender as coisas e dizer que não se preocupa em entender nada.
Eu que sempre falei de amor, não amei o outro em toda a dimensão da pessoa que ela é. Talvez eu tenha me preocupado mais com as vírgulas que não usei nas cartas de amor que escrevi, que com as pessoas que as receberam e que se julgaram amadas. Talvez eu só tenha dançado pra fingir que gostava de música. Talvez eu só tenha bebido pra fazer parte de um círculo social. Talvez eu só tenha aceitado certas coisas pra poder ser chamado de amigo e usei levianamente a palavra amizade.Talvez eu tenha me apaixonado diversas vezes pra fazer parte do círculo de pessoas que sorriem diferente porque estão amando e sofri as carências que intercalam as paixões como se fossem reais. Talvez eu tenha rompido relações pra escrever cartas de despedida e mostrar como eu dominava a dor ao escrevê-las. Talvez eu só tenha experimentado as relações dentro da literatura.
Acho que estou realmente cansado. Falei demais sobre tudo e continuo no escuro. E a minha recusa em tocar nas coisas me impede de sair tateando em direção à luz. E mais uma vez eu uso palavras pra tentar me defender de algo, de mim. Talvez eu devesse escrever uma carta em branco pra dizer que quero silenciar: que se o silêncio ainda estiver esperando por mim, eu aceito. Preciso esquecer as palavras, preciso me despedir delas para começar a experimentar a vida com honestidade. Talvez silenciando eu consiga ser mais honesto com você. Eu que precisei escrever tanto pra dizer isto: que preciso silenciar.
(Talvez eu só tenha escrito isso tudo pra conseguir chorar... E usar a palavra "talvez" pode ser o início do abandono de tantas certezas; o início do uso mais corriqueiro da frase “eu não sei".)
Acho que estou realmente cansado. Falei demais sobre tudo e continuo no escuro. E a minha recusa em tocar nas coisas me impede de sair tateando em direção à luz. E mais uma vez eu uso palavras pra tentar me defender de algo, de mim. Talvez eu devesse escrever uma carta em branco pra dizer que quero silenciar: que se o silêncio ainda estiver esperando por mim, eu aceito. Preciso esquecer as palavras, preciso me despedir delas para começar a experimentar a vida com honestidade. Talvez silenciando eu consiga ser mais honesto com você. Eu que precisei escrever tanto pra dizer isto: que preciso silenciar.
(Talvez eu só tenha escrito isso tudo pra conseguir chorar... E usar a palavra "talvez" pode ser o início do abandono de tantas certezas; o início do uso mais corriqueiro da frase “eu não sei".)
*
O texto lindo que hoje me traduzquinta-feira, 18 de agosto de 2011
Porque se a gente gosta de verdade tem que torcer sempre pela felicidade do outro, né? Então por que me sinto mesquinho por torcer contra e... desejar nem saber de você? Eu não quero mais saber de você. E isso é mentira, porque eu quero, mas... eu procuro e sempre encontro... eu acho que eu preferia nem saber. Eu li no livro sobre o amor alfa alguma coisa e achei hiper, mega evoluído, me convenci de como eu queria ser bem zen, mas... eu nem consigo. Sou egoísta, bem do tipo imaturo, louco, possessivo, que não aceita dividir, nem conceder espaços que exige do outro pra si. Completo. (Não é possível que alguém um dia ainda se identifique com isso.) E eu não faço ideia do que eu sinto. O tempo e a distância mudam tudo. E a ideia de que você vive sua vida normal-e-muito-bem-sem-mim-obrigado me apavora... me apavora com a imagem de que estou em uma estação sozinho e sozinho, enquanto você parte em um trem rumo ao que te fará mais feliz e... Eu tinha que torcer por você. E eu tinha que torcer pra ele ser lindo e te tratar do jeito que você merece, mas... ah não. Eu acho esse amor hiper maxi mega evoluído um lixo. Quero, preciso, exijo meu pseudo pleno amor arcaico, intenso, inventado e possessivo. Ela faz parte de mim, faz parte do que eu desejo e do que eu sou.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
♪♫ Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero... sobram tantos medos que nem me protejo mais... Sobra tanto espaço dentro do abraço... Sei lá se o que me deu foi dado, ou se é seu...♪♫
Achei a imagem linda, gosto da música. Ia escrever, mas... a sensação me encheu foi de silêncios. Aqui também sobra muita falta... e nada disso é triste, ou pesado, ou... (a sensação me encheu foi de silêncios.) Sinto ternura. É que há muita presença na ausência e, vez em quando, como num poema do Drummond, eu a sinto tão leve e aconchegada nos meus braços, tão aconchegada nos espaços... que ela nem desgruda mais de mim.]
É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade!
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
O que dizer sobre o dia dos namorados em míseros 15 minutos? Meu impulso inicial seria, sim, falar para os solitários em relações ou ausências de relações que esta data é uma data meramente comercial, com o objetivo puro de movimentar o comércio morno do quase parado mês de junho. E é. Mas o fato é que sou um romântico por natureza. E a verdade é que eu adoraria ter acordado hoje com um abraço aconchegado e um beijo gostoso e quentinho do meu amor. Se o seu caso é igual ao meu (que não passo um dia dos namorados acompanhado desde nem lembro quando), pelo amor de deus, NADA DE FICAR DEPRIMIDO. Viva um caso de amor consigo mesmo. Tome um banho de essências, use aquele sabonete caro, aquele óleo trifásico que você adora, mas economiza para as ocasiões especiais... Se cubra de encantos. Só quem se apaixona por si mesmo pode ser capaz de se apaixonar pelo outro e de despertar enlouquecidamente a sua paixão. Depois se vista de sol (ou de lua) e desfile transparências. De alma. Dia dos namorados é dia de alegria. Seja uma data comercial, pré-definida ou não. Se presenteie. Faça aquela comidinha que você mais gosta ou peça por telefone aquela sobremesa que você adora. Leia coisas boas, ouça coisas boas, durma. Acho que nunca escrevi sobre isso aqui, mas meu super herói favorito é o Shrek. E o meu casal favorito é mesmo ele e a Fiona. Ela, a princesa branca, encantada e linda, que é transformada em "ogra" pelo amor verdadeiro. Eles são lindos. E imperfeitos. E incríveis. E (a)normais. Como todos(as) nós somos. Como todas as relações são. Taí, acho que a mulher ideal da fantasia precisa ser substituída pela fiona encantada que merecemos cada um de nós, os principes Shrek. Então, sei lá... Acho que é isso... minha mensagem neste dia dos solteiros é mesmo esta: APAIXONE-SE CADA VEZ MAIS POR VOCÊ!!! Às vezes você vai enxergar aquela barriguinha de ogro no espelho, mas vai se amar do mesmo jeito, inclusive por causa dela.
domingo, 14 de agosto de 2011
"... e rir não só pra dentro, mas de dentro pros outros também, pra atingir e tingir a vida."
Às vezes a gente faz tanto drama. Se a gente olha pra trás e lembra das coisas que já viveu e sobreviveu consegue perceber que é tão mais forte do que cotidianamente vislumbra... E, cada vez que eu tiver vontade de desistir do que eu mais quero, vou me lembrar que Deus nunca deixou de estar comigo... mesmo quando eu não merecia. Mesmo quando o mandei embora. Mesmo quando eu sequer imaginaria que ele continuaria aqui. Então sentiu vontade de escrever uma oração. Mas tive medo. Medo de ouvir a voz que vinha de dentro. Medo de hesitar, de arrepender-se, de querer voltar atrás sem poder. Queria agradecer, mas só sentia culpa. Sabia que era abençoado, mas não se sentia merecedor de tanta benção. Chorava de um sentimento que a invadia e que não sabia qual era.
Deus estava com ela, naquele quarto escuro, em meio a pensamentos confusos, e ela sabia que Ele não se importava com toda a bagunça dela. Ela se sentia amada e entendida. E perdoada e amparada. Eram muitas as vozes, mas ela não estava sozinha. Então sentiu vontade de escrever uma oração. Mas teve medo. E quis agradecer a confusão e a companhia. Quis agradecer toda a dádiva, a imperfeição, toda a compreensão. Sabia que no universo, por mais onipotência que o criador tivesse também os seus caminhos seriam aqui e ali atravessados pelo livre-arbítrio tanto seu quanto de outras pessoas. Mas sentia fé. Agradeceu a força da decisão. Orou. Que ela não fosse atravessada pela culpa.
Deus estava com ela, naquele quarto escuro, em meio a pensamentos confusos, e ela sabia que Ele não se importava com toda a bagunça dela. Ela se sentia amada e entendida. E perdoada e amparada. Eram muitas as vozes, mas ela não estava sozinha. Então sentiu vontade de escrever uma oração. Mas teve medo. E quis agradecer a confusão e a companhia. Quis agradecer toda a dádiva, a imperfeição, toda a compreensão. Sabia que no universo, por mais onipotência que o criador tivesse também os seus caminhos seriam aqui e ali atravessados pelo livre-arbítrio tanto seu quanto de outras pessoas. Mas sentia fé. Agradeceu a força da decisão. Orou. Que ela não fosse atravessada pela culpa.
Vez em quando essa minha mente confusa e complexa começa a funcionar de forma louca e começo a relembrar minha vida, que apesar de curta, já me trouxe muitos ensinamentos. Aliás, a vida não, as pessoas que por ela passaram é que me ensinaram muitas coisas. A primeira das lições foi: as coisas não acontecem quando você quer, elas acontecem quando tem de acontecer, seja por intermédio do cosmo, de Deus ou sei lá o quê, mas é assim. Muitas vezes me peguei querendo muito uma coisa, uma pessoa, uma notícia, mas tudo isso só veio na hora certa e sempre trouxe uma liçãozinha junto. Amigos, inimigos, amores, decepções, tudo isso nos ensina alguma coisa sobre a vida ou sobre nós mesmos, isso eu tenho plena certeza. Cada pessoa que passou ou que ainda está na minha vida já me deu um desses presentes pra vida toda, já me mostrou coisas que eu não via ou evitava ver, me mostrou que nem tudo é como eu penso, desejo, busco. Meus relacionamentos são eternos pra mim, sabe o motivo? Cada pessoa me ensinou muito, e também sei que passei algum conhecimento, e é isso que importa. Não ligo se acabou, mas também não quero que tanta coisa vivida seja colocada em uma caixinha e esquecida embaixo da cama, NÃO, quero que todos esses ensinamentos façam parte do dia a dia, que ajudem no presente, no futuro, até porque as coisas boas que aprendemos devem ser eternas. Só tenho a agradecer por cada pessoa que está por perto, ou não tão perto assim, mas que muito contribuiu e contribui pra que eu seja uma pessoa melhor. A lição 2 é: aceite quem você é. Não há coisa mais ridícula do que usar uma "máscara" pra tentar agradar as pessoas! Quem gostar de você tem que gostar pelas qualidades e defeitos reais, e não por uma mentira.
Máscaras caem, lembre disso.
Máscaras caem, lembre disso.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
"Hoje, eu consigo olhar pro meu passado como um espectador. E apontar cada detalhe e cada erro e acerto e cada instante e sensação e fuga. As projeções que fiz, as dependências que criei, as compulsões que tive, hoje são um presente de maturidade e otimismo. Porque comecei a atrair pessoas, histórias e assuntos mais leves, saudáveis. E criei pra mim uma rotina de paz, e deixei de admirar muita gente e a apreciar outras. E vivi muita solidão, muita solitude, muito aconchego também. Hoje sou tão grato por tudo que doeu, por tudo que sangrou, pelo sono perdido. (...) hoje eu posso repetir com o coração cheio de certeza: TUDO VAI DAR CERTO SEMPRE, porque a vida se encarrega das coisas e ela nos compensa com ela mesma. Obrigada a vocês, ao Universo e a todos os amigos que respeitaram minhas etapas com compreensão e paciência. E obrigada também a mim, que tive coragem e escolhi sobreviver a tudo."
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Sério, eu tenho que arrumar outro assunto. Já deu. Amor, amor, amor, saudade, amor, saudade, amor... eu mencionei amor??! risos... As pessoas têm uma crença especial de que o sábado é um dia meio mágico em que acontece alguma coisa que seja surpreendente e envolvente, bem diferente dos outros dias. É o dia do descanso, o dia da balada, o dia em que se espera que... Ai, ai, tentei fugir mas lá vou eu quase falar de amor... É que não adianta muito, sabe? Eu ando, caminho, às vezes corro, me atropelo, me supero, mas não fujo... Estou junto comigo o tempo todo. Eu estou junto comigo o tempo todo. E boa parte do que está aqui é constituída pela saudade daquilo que simplesmente não está.
Sério, que eu tenho que arrumar outro assunto. Mas, realidade ou idealização, eu suspirei quando encontrei....
Eu
sinto
sua
falta.
(O tempo todo.)
Não sei se você um dia ousou sentar em um bar, sozinho, mas por experiência própria posso afirmar que é uma situação... engraçada. Engraçado pelo fato de as pessoas te olharem, alí, sentado, sozinho com sua cerveja e te olharem com dó e com cara de quem está pensando o quão solitário e triste você é. SUPER ERRO! O fato de estar naquele local só significa uma coisa: eu senti vontade de tomar uma cerveja, não tinha companhia e mesmo assim fui. Simples.
É tão difícil assim imaginar e compreender isso?
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
"Quando eu era criança, eu gostava de pular. Então eu subia em alguma coisa alta e eu pulava nos braços da minha tia pra ela me pegar. E assim, engraçado como fica na memória, né? Ela tinha que fazer milagres pra me pegar, porque eu não queria nem saber. Se ela não me pegasse, eu ia me espatifar e cair com a cara no chão. E por que que eu pulava? Eu pulava porque eu tinha certeza de que ela ia me pegar e que eu não ia me machucar. Amor é isso, sabe? Você precisa se jogar sem receio, sem medo... E precisa esperar pra que a outra pessoa vá pegar você do outro lado. E eu acho que, quando ela pegar - e ela se jogar e você pegar de volta -, poxa vida!, você vai viver a história mais sensacional que você podia viver na sua vida. A vida, apesar de bruta, é meio mágica. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado
[Bonitinho, né? Eu sou sensível... =)
"A tua solidão é tão
vasta quanto a minha. Confessa.
Tuas noites são povoadas por saudades.
E memórias.
Tu também olhas pela janela
nas altas madrugadas
desejando um amor. Em segredo.
Tu também te perdes, caminhos errados,
pessoas estranhas –
o santo não bate, lembra?
Ninguém desconfia das tuas angústias.
Nem mesmo eu.
E então, com meia dúzia de
palavras bonitas, mas difíceis,
tu te desnudas. Sem querer?
Não te imagino intencional.
És um aviãozinho de papel a vagar
pelos ventos sem rumo.
Engana-te se achas que é
possível ser terrivelmente
feliz nestes esconderijos.
Abre-te para os encantos.
É lá que moram os olhares encontrados,
a pele arrepiada,o pé que encosta
a pele arrepiada,o pé que encosta
no outro sem aviso. As mãos dadas.
Tu me encantas. Longe, perto, sem saber...
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