E eu não quero que você se assuste... e bem lá dentro de mim eu não quero saber nada disso, porque senão quem se assusta sou eu. E eu não me importo se está tudo errado, porque eu não quero juízos, sabe? E também não quero ninguém... E porque minha vida é boa assim, mas sei lá, parece que eu sinto falta. Eu sinto falta de você... sem a gente nunca ter vivido coisa alguma. E é tão estranho. E a minha mente me diz que eu não tenho idade pra isso, mas o meu corpo, quando eu fecho os olhos, sente falta é de você... e não tem nada a ver, eu me digo em sequência, mas sou tomado pelo tesão que eu nunca nem mesmo imaginei acontecer. Se não quiser ser confundido com alguém vulgar, então não aja como açguém vulgar, digo a mim mesmo. Às vezes eu paro e penso se cada história dolorosa que eu vivi na minha vida não foi uma preparação para que eu encontrasse você... e aí eu penso "claro que não, essa expectativa é só sua." Mas o que importa?! Os sentimentos são meus, mas hoje eles são seus. Inteiramente. Eles são seus... e eu odeio essa sensação de vulnerabilidade que isso tudo traz. Então me pergunto se não invento. Às vezes eu tenho certeza de que invento. Mas sigo. E porque essa noite tinha uma dezena de pessoas e eu não queria ninguém. E porque na outra noite tinha outra dezena de pessoas e eu também não queria ninguém. E porque eu penso que te pus num pedestal tão alto que ninguém alcança... então te desço. Eu não sei o que eu sinto. Mas eu sinto. Eu sinto. E invento... sempre e tanto. Ventanias. Enterneço. Desejo-te os lábios, em um silêncio, e enterneço. E deliciosamente, sem qualquer controle, (enlou)cresço.
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