terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Eu às vezes sinto um medo profundo.  De possuir as mesmas cegueiras que eu critico, sabe? Eu vejo um milhão de defeitos em tanta gente e... sou tão duro às vezes. Também sei que em outras vezes sou mais compreensivo do que deveria. Sei lá... eu sinto vontade de ser bem mal às vezes. E ferir, e machucar. E dizer tudo o que eu vejo, e enxergo, e penso... Mas é devaneio, porque eu só faço isso por escrito e sem destinatário, e mesmo assim me arrependo, meio pra exorcizar sentimento ruim. Me sinto meio Adriana Calcanhoto escrevendo longas cartas pra ninguém... quebrando discos e... É tudo tão confuso aqui dentro. E às vezes eu tenho certeza que só é assim porque eu escrevo, porque é só parar de escrever e eu sou profundamente tomado por uma racionalidade. Uma racionalidade que eu vejo um milhão de defeitos em tanta gente e... É que eu tento tanto pra dizer e nunca consigo. Eu só escrevo no vazio... Sei lá. Talvez como naquele episódio de seriado eu só quisesse que a vida fosse um longo ensaio, e que a gente pudesse fazer direitinho (e decidir direitinho) só depois que treinasse bastante... Mas isso é ficção e roteiro de série americana com mais de oito temporadas.
(Eu invento meus personagens e depois me sinto traído quando descubro que eles não eram exatamente iguais aos que eu desenhei na fantasia. 

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