sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"... querem é sonhar com a felicidade sentimental, mas não querem que ela aconteça na realidade. O amor costuma estar em forte antagonismo com os anseios de liberdade, de modo que a maior parte dos desencontros parecem não ser tão inexplicáveis: estão a serviço da preservação da individualidade. (...)

Puta que pariu. Sensacional, diz se não? Que espécie de libertação nos dá dizer a plenos pulmões... =) Delícia de revelação e de vida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E me vieram conversar sobre escolhas profissionais, desafios, carreira... Era um trabalho pra alguma disciplina da escola mas, pra mim, virou terapia. Comecei a contar da minha história, das minhas escolhas (como a gente gosta disso, né?) e de repente... uau. Parece que quando a gente se distancia um pouquinho e olha de longe toda a multiplicidade de coisas que já viveu... Eu só conseguia pensar "que espécie de pessoa forte é você..." Acho que às vezes o excesso de crítica do nosso próprio olho que insiste em rotular e dizer bem alto "você não conseguiu tudo o que queria" esquece de tanta coisa importante... e te deprecia. A gente se critica tão duro e injustamente e esquece de agradecer aos céus por... simplesmente ser quem é?

Cheguei em casa e havia um recado de um amigo dizendo que estava com saudade de mim. Me deu uma nostalgia tão grande... Como eu fui feliz naquele tempo da escola. Quase 5 se passaram desde aquilo tudo e... (a lembrança me levou pra tão longe daqui...) Me lembrei dos amigos.  Dos papos inesquecíveis com Kaysa,  as festas com a galera... Do stress com os prazos dos trabalhos para serem entregues. Da falta de dinheiro, da busca por emprego. Lembrei de Francilaure. Das escadas. Dos drinks com frutas e vinhos. Lembrei do Everton de 2003. Dos seus anseios, seus medos. Como eu fui feliz naquele lugar. Eu não sei se na ocasião eu sabia que era feliz como era...  Eu não sei bem o que fazer com essa nostalgia que invade a sala e a vida da gente de vez em quando... mas me acalanta. De um jeito tão bom... e me traz um sorriso pra boca e me dá a tranquilidade de que até agora eu vivi da melhor forma que eu podia a minha vida... cheio de erros, sim, vulnerabilidades, exageros, teimosias, destemperanças... mas da melhor e da mais honesta forma que eu podia. Feliz. É uma pena que raras vezes a gente consiga ter essa perspectiva temporal sobre o próprio momento que vive... pra valorizar, sabe? As escolhas de agora, o momento de agora, os amigos de agora, a família, os desvairios... até os erros.

[Esse texto não vai ter fim. A saudade   aquela boa, gostosa, alegre   me tomou de um jeito que me roubou pra longe daqui... Depois eu volto. Um dia eu volto. Sim.]

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ando sem tempo. Bem insatisfeito com umas coisas, bem motivado pra outras. Sem muitos detalhes. O fato é que, seja na vida profissional ou na afetiva, se você está insatisfeito com o lugar onde está, deve mudar de lugar. Não é assim? É. É preciso treinar o olho pra reconhecer quando uma situação chegou a um ponto em que... a gente se afoga naquela sensação que já deu. Boa parte da nossa vida amorosa, profissional, afetiva se resolveria se a gente parasse de se comportar como criança que faz birra pra conseguir brinquedos da mãe. Eu quero, quero, quero... sem nem respostas para oferecer aos motivos se uma vez indagados por quê. Nem sempre insistir é a saída mais inteligente. Aliás, às vezes, não constitui nem saída. Algumas coisas são exatamente da forma que são. Se embrenhar em brigas, e lutas, e disputas sem sentido, muitas vezes, rouba é energia, rouba é tempo, rouba é vida, em vez de trazer pra mais perto aquilo que faça bem de algum modo... Acho que insistir em alguma coisa por puro capricho é o pior tipo de cegueira que pode existir... a menos que se tenha alguma idade inferior a dez anos. Bye, bye, adios, so long, arriverderci. Não existe mais lugar para qualquer tipo de birra na minha vida. Um dia de cada vez. Um passo depois do outro. Com fé e perseverança, a gente vai mudando de rumo, vai construindo e reconstruindo caminhos... Porque se o caminho que eu escolhi não me fizer feliz, qual seria o sentido de continuar a trilhá-lo? Infeliz? Pra "vencer"?

Que Deus nos abençoe e nos dê força para recomeçar sempre que necessário...
por nós.

domingo, 23 de outubro de 2011

Meu amor não é verdade
Tudo que falaram que eu falei
Eu estou é com saudades
Do seu corpo colado no meu
Se nós brigamos se separamos
Isso acontece com quem ama isso é normal
E se eu pudesse voltar no tempo
Pra te mostrar o quanto isso me fez mal

Diga quem no mundo já amou
E não sofreu
Diga quem amou intensamente e esqueceu
Eu não conheço

Se eu te disser eu já te esqueci

A minha mente é mentirosa
E o coração endoideceu
Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo.

Tem samba no meu quarto a noite inteira
Especialmente quando tu te vais
Tem dança quando diz que não me chegas
Que é para distrair o que me faz sofrer assim demais
Na madrugada tem perfume e vela
Pra atrair alguém que vem e traz
Alguma coisa que em ti me falta
Uma atenção singela pra deixar a noite em paz
Se for pra me ferir com teu silêncio
Respondo teu vazio com a paixão
Pra outros corpos que me satisfazem
Já que essa rua te acalanta muito mais que o meu colchão
Enquanto te convence para os outros
Enquanto te bajulam pelo bar
Não vê, nem por milagre, que tua casa
Pega fogo, espalha.
Luxuriosa.
Regozija...
Até que um belo dia me culpaste
Disseste que assim não pode mais
Eu ri e disse: "vai, pode cantar vitória agora
Eu fiz mesmo e faria é denovo se tivesse..."
Mas...
Três tiros irromperam a noite surda
Pr´um corpo de calor que se extinguiu
Me deu três beijos úmidos de lágrima
Selou meus olhos como um arrepio.


Que a cada manhã a sua coragem acorde bem juntinho de você, sorria pra você, e o convide para viverem uma história toda nova, apesar do cenário aparentemente costumeiro. Que tenha saúde no corpo, saúde na alma, saúde à beça."Que a cada manhã a sua coragem acorde bem juntinho de você, sorria pra você, e o convide para viverem uma história toda nova, apesar do cenário aparentemente costumeiro"

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ensaiei um "oi"e nem saiu um "talvez"...Eu não sei bem como fazer as coisas voltarem a ser como eram. E eu nem sei se quero realmente que as coisas voltem a ser como eram. Queria te deixar confortável, mas... posso verdadeiramente admitir que nem me importo?  (Eu não me importo. Pronto, falei.) Isso virou texto porque já fazia sei lá quantos dias que eu não passava pelo blog e eu estava um pouco sem assunto. Isso é triste, né? É triste que de uma paixão tão bonita quanto aquela tenha sobrado... tão pouco...
Ninguém tem culpa. Ou teve. Eu gostei tanto de você que nem sei dizer o que era você realmente e o que fazia parte de mim... Não sei como dizer isso sem clichês... mas não sei dizer se algum dia senti de verdade ou só inventei fantasia.

Talvez a gente invente mesmo amores para nos livrarem da mediocridade e depois que eles cumprem o seu papel a gente fique com a sensação de que eles nunca aconteceram de verdade... Acho que isso até já virou música. Às vezes um clichê é a melhor forma de nos salvar de uma leviandade... Não sei explicar então porque ainda sobra uma espécie de lamento. Lamento estilo eu-tinha-tanta-certeza-que-era-e-você-não-era...
 
Ensaiei um "oi"e nem saiu um "talvez"...Eu não sei bem como fazer as coisas voltarem a ser como eram. E eu nem sei se quero realmente que as coisas voltem a ser como eram. Queria te deixar confortável, mas... posso verdadeiramente admitir que nem importa? (Eu não me importo...)
Olhou-se no espelho como quem olha a um estranho... com admiração e um pouco de susto. Gostava da mulher que se tornara. Às vezes era um pouco mais crítica do que sua própria subjetividade aguentava, mas como uma flor que também se recolhe para ressurgir mais bonita, sabia que sua primavera estava próxima... e prosseguiu decidida.

Acho que o grande mal da década é a apatia. A gente vê por aí tantas pessoas sem saber o que querem exatamente, para onde vão, o que buscar, com que sonhar, o que almejar que, de resultado, a gente começa a perceber gerações inteiras beirando quase que instantaneamente à depressão. Garotos, garotas, jovens rapazes, homens adultos, jovens senhoras, sem vontade de... viver? Isso é triste e realmente curioso. Se sairmos e perguntarmos a qualquer pessoa que cruze conosco na rua "Ei, e aí? você quer mesmo ser feliz?" é certo que essa pessoa vai mesmo é dar risada. Todo mundo que existe acho que sempre quer ser. Mas a pergunta que pra mim é mais importante é... sem saber o que te traz felicidade, é possível mesmo que você a encontre ou a alcance? As pessoas se fecham em círculos, cada vez mais e mais fechados, trabalham, fixam metas, as alcançam, e tantas vezes continuam tão... tristes. Acho que isso já devia ser indicativo de que a felicidade não está ligada ao alcance de metas. Se a gente relaciona felicidade a estado de ânimo transfere a responsabilidade pela nossa vida, pela nossa alegria para os outros... sabe? "Então eu vou ser feliz quando conseguir o emprego...", "... ou o aumento", "...ou a casa nova", "o namorado novo", "o corpo dos sonhos" ou... qualquer outra coisa que vai estar sempre distante da gente. Acho que felicidade não tem a ver com nada disso. Nada, nada, nada disso. Não sei dizer com que exatamente ela tem a ver, mas... certamente a felicidade não está ligada ao alcance de metas de sucesso, fama, poder... (Já repararam como são altas as taxas de suicídio no Japão? Ou entre jovens de classe alta em diversos países do mundo? Ou até mesmo entre a classe média de Brasília? (Havia uma matéria no jornal de hoje sobre isso...)

Voltando a falar da apatia...

(a.pa. ti.a)
1. Estado de insensibilidade, de quem não é suscetível a nenhuma emoção; INDIFERENÇA
2. Indolência; falta absoluta de energia
3. Fil. Estado em que a alma se torna insensível às paixões e à dor

O que te dá tesão? O que pira a sua cabeça? O que faz você suspirar mais forte? Se lançar sem medo? Transpirar? COM VONTADE? Não sei se é isso que lhe trará felicidade, mas acho que já um bom começo. Faça... faça sozinho, faça acompanhado, faça por você e faça AGORA. Reinvente-se for o caso. Se permita redescobrir que pessoa é essa que você às vezes encontra, mas da qual às vezes se perde no espelho... SEJA o que estiver com vontade de ser. Não transferir a responsabilidade dessa decisão (que é apenas sua) a outras pessoas pode ser o mais complicado de tudo. Porque se a gente perceber que, em última instância, o que nos paralisa é o nosso medo, ou autocrítica, talvez a gente tenha que tomar de verdade a decisão de fazer algo que nos retire dessa letargia... que nos faça pulsar, transpirar, enlouquecer, viver... e, apesar de qualquer pessoa normal se indagada responder que quer mesmo é ser feliz, no fundo deixo mesmo é a pergunta que você deve fazer a você... Será? O que eu mesmo estou disposto a fazer?

É isso. O desafio de hoje é combater com todas as suas forças a apatia.
Só hoje... Só hoje... =))

[Sempre e a cada novo dia.]
Engraçado como o exterior das pessoas tem a capacidade de expressar aquilo que elas sentem por dentro. Acho que a gente acaba encontrando formas de denunciar pro mundo quando está bem ou infeliz. É impressionante... Parece que quando as coisas estão calmas e tranquilas por dentro, elas precisam ficar calmas e tranquilas por fora. É por isso que eu até hoje ainda acho que o apartamento muitoooo bagunçado de um homem é um indício bem sério de que as coisas na vida dele andam bem bagunçadas também.
Pessoas infelizes perdem a vaidade... cuidam pouco de si, da casa, das coisas de todo dia. Às vezes estão tão perdidas no mundo que isso tudo extravasa pra organização da casa, das roupas, do corpo, da pele, cabelos... Eu acho.
Talvez por isso a gente crie aquela crença quase cósmica de que as pessoas só dão em cima da gente quando a gente está namorando, bem feliz com alguém. Como somos tolinhos... Não, as pessoas não só dão em cima da gente quando a gente está namorando, bem feliz COM ALGUÉM. Elas dão em cima da gente, se aproximam da gente, quando a gente está é bem FELIZ. Só isso. Ponto final. É por isso que a dica do texto de hoje é pura e simplesmente:
Quer melhorar por dentro? Às vezes parte da solução está em melhorar por fora também. Cuide mais de si... da sua alimentação, dos seus cabelos, do seu sono, do seu corpo. Tome água, hidrate a pele, perfume-se de paz e cultura. Cuide mais da sua casa... não deixe que ela se torne um lugar para o qual você tem preguiça de voltar. Seu cantinho é o seu santuário. Nele, você tem é que se sentir bem, aconchegado, confortável, meio como quando a gente dorme de conchinha com alguém que gosta e cuida da gente.
O meu amor é uma mentira que a tua vaidade quer...
 
E ficou tudo no mesmo lugar, café com açúcar, dança ímpar... ah, mas eu podia ao menos te poupar de uma história romântica pois O corpo humano é projetado para suportar perdas. E se adaptar, assim não precisamos do que perdemos. Mas, às vezes, a perda é muito grave e o corpo não consegue suportar sozinho. Temos tanta esperança no começo das coisas, parece que só existe um mundo a se conquistar... não a se perder. Dizem que a incapacidade de aceitar a perda é uma forma de insanidade. Deve ser verdade. Mas, às vezes, é a única forma de nos mantermos vivos. 

"é preciso entender as artimanhas do tempo: a hora certa sempre chega.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperado, não mais do que sempre estive, não estou louco nem bêbado, estou é lúcido pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída."

Feliz por tudo, feliz por nada, apenas muito bem.
Minhas últimas decisões foram as certas, tenho cada vez mais certeza, e pra melhorar ainda tem um certo gostinho de novidade no ar. Se melhorar não vai estragar, pelo contrário, vai ficar espetacular
Dias de verão e noites de inverno
A cidade as vezes é o inferno
Criei então um universo
Onde tudo era perfeito e feito pra nós dois
Passamos muito tempo sentados na calçada
Falando sobre tudo e não dizendo nada
Seu sorriso vale mais de mil palavras
Deixa que o futuro fica pra depois
Depois da meia-noite nós acendemos as luzes da cidade
Nos abraçamos e ficamos juntos até nascer o sol
Noites de verão e dias de inverno
Poucos minutos parecem eternos
Você sabe eu não sei mentir
Esse mundo perfeito nunca vai existir
Não quero esquecer as noites viradas
Falando sobre o mundo até a madrugada
Nos seus olhos eu vejo a verdade
Faça o que você fizer diga o que você quiser
Depois da meia-noite nós acendemos as luzes da cidade
Nos abraçamos e ficamos juntos até nascer o sol..
 Engraçado como é as situações em família. Você abraça o tio que não vê há não sei quantos anos e que já tem filhos, filhas... até adolescentes. O tempo passou, eu creci, mas parece que o tempo nem passou, que foi ontem... Parece um texto bobo e você pode se perguntar... e o que eu tenho a ver? Mas a felicidade era tanta, que de tão feliz, tão feliz, tão feliz... eu tive que ficar triste. E me dei conta de como isso era louco e insano, de como experimentar um momento singular e sublime de felicidade assustava... Porque nesse instante em que cada problema parece desaparecer e se experimenta a paz, o amor, a harmonia (com todas as suas diferenças) e a tranquilidade, a gente se assusta porque sabe que no dia seguinte a vida volta com todos os seus pesos, e arrependimentos, e cobranças e sensações de ah-o-que-eu-faço-da-vida... Eu não acho que a gente deva ter medo, sabe? De ser feliz? Porque pode ficar sem, bem daqui a pouco? Acho que a vida é curta demais (muito mais do que essa frase pode dizer) pra que a gente perca tempo com coisas tão bobas... pra que a gente perca tempo implicando com os defeitos (os mesmos de que a gente vai sentir falta quando as pessoas se forem), com as nossas inseguranças. Não sei se eu sabia, mas eu acho que eu tenho medo de ser genuinamente feliz. E de viver esses momentos de aconchego, de amor, de afeto, de estar perto de quem a gente gosta, só porque a gente sempre vai ter a certeza que nunca será pra sempre e que doerá quando elas tiverem ido embora... Eu fico me lembrando daquela coisa meio budista de que a todo mal se segue o bem e vice versa... e me apavora a ideia de que a dor vem na sequência. Mas se a gente viver em função da dor, nunca conseguirá experimentar de forma real a alegria, né?

Minha promessa ao universo:
Só hoje eu vou tentar não deixar 
de sorrir porque posso chorar algum dia.Só hoje. Só hoje

Sempre e a cada novo dia

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Eu sempre fui do time da sinceridade, sempre achei que a gente tinha que ser transparente, sabe? Mesmo que doesse ou fizesse doer...  Nem sei exatamente porque comecei a escrever esse texto, mas acho que foi porque rascunhei tantas vezes uma resposta educada pra alguém que eu não queria deixar sem resposta... (existe algo pior do que abrir o coração e ficar no vácuo com o silêncio de alguém q a gente gosta?) Eu meio que me coloquei do outro lado. E lembrei dos inúmeros textos que bradavam sentimentos densos e intensos de todas as formas, cores e direções... que eram só meus e que nunca geravam uma "reação" do outro lado... É que é difícil estar do outro lado... e até se tocar com a beleza e a sinceridade das palavras que não parecem, quando a gente não sente a mesma coisa de volta, fazer sentido algum. Aí você pensa em dizer pra outra pessoa como ela é incrível (mas aí você lembra como você ficou bravo quando fizeram a mesma coisa contigo) e só reproduz o silêncio. O mesmo que você também ficou bravo quando fizeram a mesma coisa contigo. Aí meio que percebe que é difícil também estar do outro lado... e lidar de forma nobre e respeitosa com uma imensidão de sentimentos (LINDOS) que infelizmente, por mais que você quisesse, não dizem absolutamente nada pra você... Queria poupar a outra pessoa da dor ou do constrangimento... mas não sei como fazer isso. Alguém me ensina? Existe um jeito de tratar bem, com carinho e simpatia, sem alimentar qualquer esperança, o que seria extremamente injusto com o outro?

Na dúvida, sigo bruto:
Eu não sinto a mesma coisa. Era isso que eu queria, mas na resposta que eu não enviei não encontrei forma bonita de dizer. Eu não sinto a mesma coisa. E nem vou. Parece trágico, resoluto, definito, mas algumas coisas a gente simplesmente sente... e não é culpa de ninguém. A gente simplesmente sente. E não há nada que se possa fazer. [É envaidecedor encontrar pessoas tão interessantes pelo caminho que nos acalantam de afagos, de galanteios, de insistências... Mas não ser absolutamente sincero, e bloquear o potencial caminho delas, em última instância, acho que bloquearia o meu... Eu estou procurando. Eu continuo procurando. O amor da minha vida. Mas não. Disso eu tenho certeza. Eu ainda não encontrei.]
Chove, chove, chove... e eu gosto. Mas a chuva que cai lá fora me deixa preso em casa em um dia em que eu queria simplesmente sair passeando na rua. Penso qual o papel e a metáfora disso. O ano quase acabando e eu desperdicei tantos deles... por que essa vontade repentina de descobrir as ruas da minha cidade a pé, como fiz quando estava em Recife? (ocasiões em que mais me lembro de ter caminhado, sem quase sentir distâncias, rumos, relógios, aconteceram lá... Acordei com saudade daquilo tudo. Daquele Maio. Daquele Everton que estava tão perdido quanto esse de agora... mas que se encontrou e se redefiniu depois dali.)

Poucas pessoas sabem que eu uso a escrita pra me reinventar, pra me reescrever... eu uso. Então quando não sei direito o quero ou pra onde vou, ou o que fazer, pensar, definir, eu escrevo. Eu penso, eu pondero, eu me "suberverto" na escrita. Acho que passei por um longo saara, passei por um longo período meio como se estivesse em um limbo... inventei amores irreais e irresistíveis, só porque impossíveis, sufoquei amigos com a intensidade dos meus sentimentos, fui extremamente... nem sei achar o adjetivo pra isso. E que saco. Tanta intensidade assim não pode fazer bem a ninguém. Que necessidade é essa que a gente sente de transformar em palavras os supostos sentimentos que se sobrepõem dentro da gente e construir alguma espécie de superioridade com elas? EU NÃO SEI DE NADA E NUNCA SOUBE DE NADA. Não tenho qualquer controle ou sabedoria sobre os processos do mundo e sempre me espanta quando alguém chega até mim e diz que eu sou muito inteligente ou muito sábio. Eu sou desastre. Me livrar do peso que a minha própria cobrança por respostas incitava me dá uma espécie de alívio que eu acho há muito tempo não sentia... Fiz uma viagem no tempo e me lembrei daquele garoto que naqueles dias em Recife redescobriu tanta coisa... que alcançou tanta coisa... pura e simplesmente porque DESISTIU de alcançar. E copio.

A vida é assim. Às vezes a gente perde. Às vezes a gente ganha. Às vezes a gente faz tragédia, comemora. Mas a minha maior libertação hoje é descobrir que eu não preciso atender às expectativas de ninguém pura e simplesmente porque elas esperam... Talvez no meio desse caminho, eu deixe pra trás muita gente e abandone muitas pessoas. Mas quero distância de qualquer energia que me faça mal, de qualquer olho de crítica que me cobre EXPECTATIVAS QUE NÃO SÃO MINHAS e que faço questão que não sejam. Cada um no seu mundinho. Mas eu não quero mais que o meu seja solitário, superficial e medíocre. Quero ver as pessoas, quero que elas me vejam. Quero abraçar minhas paixões, quero ser abraçado por elas. Quero caminhar, quero cantar, quero trabalhar, redescobrir, me apaixonar, amar e ser amado de volta. SEM TRANSFORMAR TUDO EM TEXTO. Quero parar de fazer drama. Quero experimentar de verdade. Quero parar de me envaidecer com cada coisinha idiota, porque tenho descoberto que a vaidade só serve pra transferir a responsabilidade da felicidade da gente para a apreciação alheia. ... Estou fora. Talvez eu tenha atingido o fundo de um poço, de uma descoberta, de um processo... Talvez eu possa FINALMENTE parar de analisar tudo e SIMPLESMENTE VIVER.

Cansei da minha sala. Vou arriscar banho de chuva. Acho que vou me lembrar das inúmeras chuvas que tomei enquanto eu descobria pela primeira vez as ruas de Recife. Acho que vou redescobrir as ruas da minha cidade, meus labirintos, minhas alegrias mais comuns . EU NÃO QUERO MAIS ANALISAR NADA. MINHA ESCRITA É SUFOCANTE.  NÃO QUERO MAIS INVENTAR NADA ESCREVENDO, NÃO SE EU NÃO APRENDER A CHAMAR ISSO DE FICÇÃO OU DE LITERATURA.

Talvez eu me cale pra redescobrir que viver vai sempre muito além do que teorizar sobre isso. Talvez um dia eu volte. Talvez um dia não. Vai saber

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Os opostos se atraem ou de distraem?

Conheci há um tempo alguém que parecia tanto comigo... dos itens da minha listinha -- aquela sobre a pessoa ideal -- ela tinha quase todos. Cheguei a fazer pra ela na época uma cópia de uma lista que eu tinha rascunhada e fixada na porta de um armário, sublinhando com marca-texto todos os "itens" que ela tinha (eu era meio adolescente, né? confesso... rs). O fato é que o nosso namoro de contos de fada -- o meu e dessa moça encantada -- durou pouco mais de um mês. Se isso responde alguma coisa? Se isso responde a pergunta que dá título a esse post? Ninguém se relaciona com características. Nós nos relacionamos com pessoas inteiras. E pessoas inteiras possuem defeitos e qualidades como absolutamente todo mundo tem... Parece tão óbvio. (Mas é que eu levei um tempo pra aprender.) Talvez por isso quando hoje fazem cara de espanto porque eu continuo sozinho, quando me perguntam "o que essa mulher maravilhosa que você espera deve ter?" eu faço cara de paisagem. Não existe essa de mulher maravilhosa e perfeita... não fora da ficção. Nenhuma listinha com atributos e características mágicas pode garantir felicidade suprema. O amor é fundamentalmente uma escolha, uma vontade, uma decisão, um desejo de construir algo mais intenso com alguém.

Não existe essa história de caminho certo, existem caminhos, sabe?... Se você for por aqui, você vai viver uma coisa, se você for por ali, você vai viver outra..."
Insistir... ou desistir?

Lutar por..." sempre que for por você e pelo que você sente; sempre que for para descobrir se esta é "a" história da sua vida ou não... Sempre que você achar, que você sentir, com cada célula do seu corpo, que o caminho que você deve seguir é esse e que não existe outro, ou até se desiludir de uma vez... Mas "deixar partir" sempre que a resposta já tiver chegado, negativa, imperativa, e muitas vezes mais de uma vez... sempre que o amor pelo outro parecer suplantar o amor por si próprio(a)... sempre que a sua dignidade evaporar para instâncias outras, sempre que desaparecer o respeito por nós mesmos... e sempre que insistir se transformar em perseguição...

Doloroso, mas verdadeiro...
(Eu sei.)

sábado, 1 de outubro de 2011

Qualquer distância entre nós
Virou um abismo sem fim
Quando estranhei sua voz
Eu te procurei em mim
Ninguém vai resolver
Problemas de nós dois

Se tá tão difícil agora
Se um minuto á mais demora
Nem olhando assim mais perto
Consigo ver porque tá tudo tão incerto
Será que foi alguma coisa que eu falei?
Ou algo que fiz que te roubou de mim ?

Sempre que eu encontro uma saída.
Você muda de sonho e mexe na minha vida
O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
Se pra você a guerra está perdida
Olha que eu mudo os meus sonhos,
Pra ficar na sua vida!
O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
Se pra você a guerra está perdida
Olha que eu mudo os meus sonhos,
Pra ficar na sua vida!