Outro dia li um texto que me lembrou de uma metáfora antiga... lida e relida há sei lá quanto tempo em um livro. Engraçado como os livros têm dessas coisas. "Todo ponto de vista é a vista de um ponto" porque cada um lê e relê com os olhos que tem... no instante mesmo em que realiza a leitura. Cada um só compreende e interpreta a partir do mundo em que habita, por isso a mesma leitura realizada ontem hoje pode conduzir a novos e inesperados rumos. Os livros têm seu próprio destino. E, se o destino dos livros está ligado ao destino dos seus leitores, que essa história faça tão bem a você quanto fez a mim nesta manhã.
Ousadia e altos voos é o que eu lhes desejo
"Em toda situação de abandono está presente uma tentação e uma chance. A tentação consiste nisto: a pessoa não enfrenta o desamparo. Ou culpa sempre os pais, os irmãos e outros por seus fracassos. Ou fica esperando a solução, vinda da política, do Estado, da loteria, dos outros e de Deus. Essa atitude esconde sua omissão, sua falta de iniciativa e sua fuga da responsabilidade. Mas há a chance de a pessoa aceitar o desafio do desamparo e de crescer com ele. Começa por desdramatizá-lo, pois pertence à finitude da vida humana. Não somos onipotentes nem demos a nós mesmos a existência. Vivemos uma pobreza essencial. Dependemos objetivamente dos outros. Essa situação de dependência não nos humilha porque caracteriza todos os seres do universo. Já o dissemos: estamos todos envolvidos numa teia de interretro-relações. Esta situação, portanto, deve ser assumida sem amargura."
Nenhum comentário:
Postar um comentário