"(...) eis que estou triste. (...) tem uma tristesa mansa por dentro, devagarinho.. Guardo o meu amor por dentro. É precioso. Pensar nela faz com que tenha vontade de cuidar de mim mesmo - então é bom. Guardando, guardando, feito jóia. Precioso, delicado. Meus dias têm sido escuros. Lembro de um velho samba-canção: "Eu não peço nem quero/ para o meu coração/ nada mais que uma linda ilusão". Supersábio.
As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz - se não tiver, a gente inventa. (...) Hoje estou pensando que ter amado meio torto durante tanto tempo talvez esteja me conduzindo a algo mais claro? É uma dúvida que te coloco. E sinto coisas tão boas... e então penso que está certo assim, na nossa sede infinita... acreditar e levar porrada mas voltar a acreditar e cair do cavalo e não deixar de acreditar e se desenganar e se arrebentar mas continuar acreditando que, de alguma forma, há alguma resposta de humano para humano. E que amar o humano do outro e aceitar e amar teu próprio humano, e que esse é o único jeito, o único way-out possível: procurar no humano do outro a saída do nosso próprio humano sem solução. E na minha memória, amar os pés nus do meu amor. Ou o beijo na boca na escadaria. E pouco importar que tudo tenha sido ou continue sendo fantasia ou carência, porque é assim que as coisas são, e é através disso que posso crescer, e não me importo nem um pouco de voltar e acreditar e de ficar todo aceso e mais delicado para olhar as coisas, qualquer coisa.
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