E quando eu subia ali pelo eixo vi no carro do lado um senhor negro que cantava feito um maluco ouvindo um player de fones brancos dentro de um carro estilo antigo. Sempre pensei que a felicidade está definitivamente relacionada ao foda-se que a gente consegue dar de vez em quando para aquilo que os outros pensam. E daí se as pessoas iam olhar? E daí se iam chamar ele de doido? Ele estava feliz e isso bastava. Me lembrei de outras epifanias que já tive admirando essas pessoas, me lembrei da velhinha de caloi no parque e das senhoras que desfilavam de roupão. Me dei conta de como eu sou bobo às vezes. Se libertar da necessidade de aprovação dos outros é uma das mais supremas formas de libertação. Fui machucado ano passado. Em várias esferas. E claro que isso abala a gente de alguma forma. Claro que isso te deixa inseguro de jeitos que nem deveria, mas como uma amiga minha diz sempre quando escreve, "a gente nasceu pra ser feliz". O mundo girou e girou e eu gostaria muito que girasse de novo.
E foi muito estranho. Perguntavam de você, porque não sabia sobre como nosso fim tinha sido trágico e eu me lembrei daquela pessoa que um dia você foi, lá atrás. E me doeu. Doeu como se dói quando alguém que a gente ama morre. E eu nem escrevo esse texto pra você. Porque esse você que continua existindo no universo é tão diferente daquela pesoa incrível que eu amei lá atrás. Nada mudou. Eu continuo achando você uma idiota. Continuo querendo distância de tudo que você é e de tudo que você representa. Mas na fantasia, aquela primeira pessoa que eu conheci e que eu amei, hoje eu chorei em luto. Porque o simples nunca foi fácil, muito menos para quem possui um coração no lugar onde tantos possuem uma pedra de gelo.
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