sábado, 15 de outubro de 2016

Não fico mudo

Engraçado como a gente passa um tempão pensando nas mais mirabolantes coisas pra dizer a alguém e, na hora devida, acaba ficando mudo. Emudecemos na certeza de que não se precisa dizer nada: basta olhar e já é fácil perceber tudo aquilo que se quer dizer. Há olhares que chegam a gritar tudo aquilo que se leva no peito. Sou daqueles que acreditam numa linguagem toda singular que os casais apaixonados tem.  Quando duas pessoas passam a se conhecer tão bem que apenas os gestos já se tornam o bastante para toda uma comunicação, palavras são dispensadas na velocidade de um sorriso maroto, uma piscada cúmplice ou um carinho provocante. Fico viajando, então, imaginando que todo ser do planeta deveria experimentar, ao menos uma vez na Vida, o poder da paixão recíproca. E trazendo junto disso tudo a intimidade implícita naqueles dois seres que decidiram se entregar ao sentimento. Acho lindo, também, a evolução pela qual todo casal passa.  

Não existe definição melhor.

E pensar que tudo pode partir de uma confusão de ideias embaralhadas pela presença constante e exagerada do outro em nossas cabeças. E pensar que, às vezes, nos pegamos achando que esse é o tipo de coisa que só acontece com as outras pessoas. E pensar que várias vezes damos voltas incríveis para conseguir falar o que o corpo e os olhos já cansaram de dizer.

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